Afro em cada canto

Dia Nacional da Consciência Negra destaca como a influência africana moldou o Brasil e faz parte do nosso dia a dia de uma forma rica e vibrante

Você pode até não perceber, mas a cultura afro-brasileira está em praticamente todos os cantos da sua vida! Desde o jeito que conversamos, as músicas que escutamos até os temperos que usamos na cozinha, a influência africana moldou o Brasil e faz parte do nosso dia a dia de uma forma super rica e vibrante.

Quando falamos de cultura afro-brasileira, estamos nos referindo a um conjunto de tradições, costumes e valores trazidos pelos povos africanos escravizados que, mesmo enfrentando séculos de opressão, mantiveram viva a sua essência cultural. E essa herança está mais presente do que você imagina.

Quem resiste a uma feijoada bem temperada? Ou aquele vatapá irresistível? Pois é, os pratos típicos da nossa culinária têm origem africana. O uso de ingredientes como azeite de dendê, quiabo e leite de coco foi introduzido pelos negros africanos e se tornou parte essencial do nosso cardápio. E mais: aquela moqueca maravilhosa, seja de peixe ou de camarão, também carrega o sabor da África!

Nos ritmos que embalam o Brasil, também há muita cultura afro! Samba, pagode, axé, maracatu, frevo, forró… não importa qual seja o seu estilo musical preferido, se for brasileiro, tem influência africana! O samba , por exemplo, nasceu nas rodas de batuque dos negros no Brasil e, até hoje, é o ritmo que define nossa alegria, principalmente no carnaval. Além do samba, temos o funk, que também traz essa batida de resistência e celebração da cultura negra nas comunidades.

E sabe o jeitinho brasileiro de conversar? Pois é, muitas expressões que usamos no dia a dia vêm de línguas africanas. Já ouviu falar que tal coisa é “muvuca”? Ou que está “cafofo” demais? Pois bem, essas palavras têm origem no quimbundo, uma das línguas faladas pelos povos que foram trazidas da África para o Brasil. 

A fé e na espiritualidade também são marcados pela cultura dos povos negros. O candomblé e a umbanda , religiões de matriz africana, são expressões poderosas da espiritualidade afro-brasileira. Mais do que religiões, elas são uma parte fundamental de nossa cultura, refletindo valores como a conexão com a natureza, o respeito aos ancestrais e a coletividade. A devoção a orixás como Iemanjá, Oxóssi e Xangô, por exemplo, faz parte da vida de milhões de brasileiros e influencia festas populares como a Lavagem do Bonfim e o Dia de Iemanjá.

Isso sem falar nas danças. Ah! A capoeira , mistura de luta, dança e música, é um dos maiores legados da cultura afro-brasileira. Ela foi criada pelos escravizados como uma forma de resistência e, até hoje, é praticada como uma expressão de liberdade e conexão com as raízes africanas.

E porque pensar sobre essas questões é importante? No dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, um momento para valorizar essa riqueza cultural que moldou quem somos como nação e refletir sobre a luta contra o racismo e as desigualdades que ainda persistem.

Mais do que comemorar, o Dia da Consciência Negra nos convida a considerar o quanto a cultura negra está enraizada em nosso cotidiano e continuar lutando por um país onde essa herança seja respeitada e valorizada. 

E por que dia 20 de novembro? Essa é a data da morte de Zumbi dos Palmares, o grande líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da luta contra a escravidão. Zumbi é um daqueles personagens que merece ser lembrado com respeito, porque a resistência dele inspira até hoje quem acredita em igualdade e justiça.

Mas mais do que um dia, o Dia da Consciência Negra é um lembrete de que precisamos ter consciência todos os dias sobre o impacto da escravidão, do racismo e das desigualdades.

Por que não era feriado nacional e agora é?

Embora essa data já tenha sido comemorada há muito tempo, o Dia da Consciência Negra não era um feriado nacional. Cada estado ou cidade decidia se decretava ou não o feriado. 

A boa notícia é que, a partir de 2024, ele finalmente se tornou feriado nacional , como reconhecimento da sua importância para toda a sociedade. Essa mudança veio como uma forma de valorizar ainda mais a data e estimular a reflexão coletiva sobre o papel histórico da população negra no Brasil e as desigualdades que ainda persistem.

Feriado na MRD

Em respeito à importância deste dia, não haverá expediente em nenhuma das unidades da MRD no dia 20 de novembro. É um momento de reflexão e de descanso merecido para todos. As atividades retornarão normalmente no dia 21 de novembro .

Então aproveite o feriado para descansar, mas também para se envolver nessa causa tão importante. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de nos tornarmos mais conscientes e de contribuir para uma sociedade mais inclusiva.